Memórias do Panorama – por Hilda Lopes Pontes

27/03/2025

O ano de 2015 foi desafiador. O ano que me tornei mãe e todo mundo esqueceu que mãe também paga contas. Zero jobs, zero perspectiva de lembrarem do meu eu profissional. Eu andava sem sonhos, sem perspectiva, desmotivade mesmo.

Quando minha filha tinha duas semanas de nascida, me inscrevi na oficina de crítica de Rafael Carvalho. Fiz as aulas de Rafa, as quais lembro perfeitamente até hoje e fui uma das pessoas escolhidas para o júri jovem da Competiva Nacional.

Lembro de pensar que não ia dar conta. Como deixar meu bebê de menos de um mês em casa? Mas tomei coragem e fui assistir todas as sessões.

E essa foi uma das melhores escolhas que poderia ter feito. Ver salas lotadas de gente para assistir filmes nacionais, ver a variedade de obras que estavam sendo feitas e como o cinema de gênero, que tanto amo, crescia no nosso cinema, me animou, me motivou, me deu vontade de fazer também.

Um dia depois do fim do Panorama escrevi meu roteiro. Um ano depois gravei esse curta. E dois anos depois, em 2017, fiz minha estreia no Panorama com esse filme, Estela, fruto do amor ao cinema que o Panorama rega na gente. Ainda ainda Parece piegas e, talvez até seja, mas é esse o sentimento, de gratidão, afeto e memórias que tornam dele um festival tão querido por nós cineastas e cinéfilos baianos.

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