Panorama Internacional Coisa de Cinema divulga filmes selecionados

29/02/2024

Panorama Internacional Coisa de Cinema acontece entre 14 e 20 de marços; 19ª edição foi detalhada durante coletiva

Portal iBahia
por Nathália Amorim

Após ser adiado em 2023, o Panorama Internacional Coisa de Cinema retorna neste ano, entre os dias 14 e 20 de março, com uma edição que homenageia Glauber Rocha e Castro Alves, dois cineastas baianos. Com 1.355 filmes inscritos, entre baianos, nacionais e internacionais, mais de 130 foram escolhidos para compor as mostras competitivas e paralelas do evento.

Os 73 filmes selecionados para as Competitivas Nacional, Baiana e Internacional, serão exibidos em sessões com longas e curtas. Nas mostras de Nacional e Baiana, a tradição é reunir diretores e representantes dos filmes para um debate com o público.

As curadoras Gênesis Nascimento e Ceci Alves, que atuaram na seleção dos curtas, falaram sobre como foi feito o recorte e o que o público pode esperar das produções selecionadas.

“Nesse ano, o Panorama priorizou propostas de linguagem, e como ela, a linguagem se apropria do real com a intenção de transformá-la através da fabulação. Foram algumas das nossas principais preocupações. A realidade aparece nas imagens e sons como apoio alegórico, como base de pensamento, como apoio da saudade e como espelho político”, explicou Ceci Alves.

Ainda segundo ela, a curadoria buscou encontrar filmes que falem das tendências audiovisuais baianas e brasileiras, e como encontram interlocuções com o mundo.

“Os filmes que vocês vão ver tocam pautas, refletem questões contemporâneas, resgatam o passado, projetam o futuro”, destacou. “Pensar qual é o público do Panorama. Pensar o festival a partir do festival e isso é uma coisa importante também”, completou Gênesis Nascimento.

Nove longas baianos estão em competição, dois deles na Competitiva Nacional, formada ainda por duas coproduções com países europeus e representantes do cinema produzido em Pernambuco, Ceará, São Paulo e no Distrito Federal. Na Competitiva Baiana, a soma de sete longas e 24 curtas demonstra um período produtivo no pós pandemia.

Outros seis longas e 12 curtas produzidos em 17 países estão na Competitiva Internacional, com produções da Costa Rica, Gana e Camarões, o que ressalta também o viés coletivo do Panorama. Os curadores de curtas e longas da competitiva internacional, Adolfo Gomes e Rafael Saraiva, destacaram o aumento no número de produções dirigidas por mulheres e a diversidade de países.

 Panorama Internacional Coisa de Cinema divulga filmes selecionados

“Buscamos um recorte abrangente em níveis geográficos, de países diferentes, continentes, e que abordem inserções com temáticas parecidas, mas com vieses e abordagens diferentes. É um trabalho de investigação dos festivais internacionais”, explicou Saraiva. “Me chamou atenção o número de realizadoras. 80% foram realizados por mulheres. Isso é um sintoma extraordinário, que se reflete na seleção”, completou Gomes.

Este ano, formam o júri nacional a atriz Bruna Linzmeyer, Heloisa Passos e Tambla Almeida. Para a competitiva baiana serão Samuel Marotta, Keyti Souza e Cecilia Barroso. E para o internacional, Márcia Limma, Morgana Gama e Feliphe Alencar. Serão eles os responsáveis por escolher os vencedores em cada categoria.

Os filmes poderão ser assistidos no Cine Glauber Rocha, com ingressos entre a R$12 (inteira), R$6 (meia) e passaporte individual para 10 sessões por R$55. Também serão exibidos e Sala Walter da Silveira, onde as sessões serão gratuitas. Ainda não foi divulgada a programação por dia de festival.

Retomada

A primeira edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema aconteceu em março de 2002. O objetivo, como se mantém até hoje, era a realização de um festival de caráter competitivo para curtas e longas-metragens nacionais e internacionais, expandido o cinema baiano e trazendo o cinema internacional para a Bahia.

Em 2023, o evento não aconteceu. Na época, segundo comunicado oficial, o adiamento ocorreu após o Edital Calendarizados, que patrocinava o evento desde 2012, ser interrompido pela Secretaria de Cultura da Bahia.

Neste ano, o Festival retorna novamente com o patrocínio do Instituto Flávia Abubakir e, pela primeira vez, foi contemplado pelo edital SalCine, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal.

A coordenadora do Festival, Marília Hughes, avaliou o impacto da não realização do evento no ano passado, em especial, para os realizadores e o tempo de validação da produção.

 Panorama Internacional Coisa de Cinema divulga filmes selecionados

“Um ano sem o Festival é uma lacuna enorme. E para o ano que vem, se eles não são aproveitados esse ano, eles já são considerados velhos. Pode ser toda uma produção que ficaria apagada. Então, a gente ainda está trabalhando com essa produção. […] Por isso é muito importante que o festival seja anual, que ele tenha essa continuidade anual, porque é uma maneira de dialogar com a produção do momento, e uma lacuna de um ano, bota em risco toda uma produção, fica sem espaço de exibição”, avaliou.

Já o idealizado do Panorama Internacional Coisa de Cinema, Claudio Marques, destacou a importância da gestão municipal olhar para o cinema da cidade, como um difusor econômico e com potencial de atrair novos olhares para a capital baiana.

“A gente tem muitos colaboradores que nos ajudam a olhar para trás e para o presente. Eu estou muito feliz. Está mostrando uma virada. […] É muito importante que [os órgãos públicos] perceba a importância do cinema e do audiovisual como economia, como geração de renda. Como geração do softpower. É poder, dentro do Brasil e fora do Brasil. Estamos falando de Diplomacia. Se a gente quer que a Bahia continue sendo vista, conhecida, a gente tem que filmar. A gente tem que distribuir nossos filmes pelo mundo todo”, disse ao iBahia.

 Panorama Internacional Coisa de Cinema divulga filmes selecionados

Filmes selecionados

Competitiva Nacional (Longas)

  • A Batalha da Rua Maria Antônia (SP) – Vera Egito
  • A Flor do Buriti (Portugal/Brasil) – João Salaviza e Renée Nader Messora
  • Ecos do Silêncio (DF) – André Luiz Oliveira
  • Eros (PE) – Rachel Daisy Ellis
  • Estranho Caminho (CE) – Guto Parente
  • Not Dead (BA) – Isaac Donato
  • Saudade Fez Morada Aqui Dentro (BA) – Haroldo Borges
  • Sem Coração (Brasil/França/Itália) – Nara Normande e Tião

Curtas

  • A Bata do Milho (SP/BA) – Eduardo Liron e Renata Mattar
  • A Fumaça e o Diamante (DF) – Bruno Villela, Fábio Bardella e Juliana Almeida
  • As Miçangas (DF) – Emanuel Lavor e Rafaela Camelo
  • Cama Vazia (SP) – Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet
  • Cassino (RS) – Gianluca Cozza
  • Deixa (RJ) – Mariana Jaspe
  • Eu Fui Assistente do Eduardo Coutinho (RJ) – Allan Ribeiro
  • Helena de Guaratiba (RJ) – Karen Black
  • Jussara (BA) – Camila Cordeiro Ribeiro
  • Lyb (SP) – Felipe Poroger
  • O Cavalo de Pedro (RJ) – Daniel Nolasco
  • Ode (BA) – Diego Lisboa
  • Onde a Floresta Acaba (SP) – Otavio Cury
  • Queima minha Pele (AL) – Leonardo Amorim
  • Remendo (ES) – Roger Ghil

Competitiva Baiana

Longas

  • A Matriarca – Lula Oliveira
  • Café, Pépi e Limão – Adler Kibe Paz e Pedro Léo
  • Cosmovisões – Marcilia Cavalcante
  • Diário da Primavera – Fabíola Aquino e Juliano de Paula Santos
  • Dois Sertões – Caio Resende e Fabiana Leite
  • Sysyphus – George Neri
  • No Rastro do Pé de Bode – Fabíola Aquino e Juliano de Paula Santos

Curtas

  • 56 dias – Lara Carvalho
  • A Faísca – Gabriela Monteiro
  • Além da Cancela – Margarete Jesus
  • Benção – Mamirawá e Tainã Pacheco
  • Caluim – Marcos Alexandre
  • Camaleoa – Eduardo Tosta
  • Cobaias Habitam meu Sonho – Ramon Coutinho
  • Curacanga – Mateus Di Mambro
  • Desamarras – Ianca Oliveira
  • É d’Oxum: A Força que Mora N’água – Dayane Sena
  • Felipa – Ana Clara Pereira
  • Kiriri 11/11 – Kian Shaikhzadeh
  • Lamento às Águas – Vilma Carla Martins
  • Movimentos Migratórios – Rogério Cathalá
  • Mulher Vestida de Sol – Patrícia Moreira
  • O Homem que Virou Castanha – Natan Fox
  • O Tempo das Coisas – Lara Beck
  • O Tratado do Vão Combate ou A Pequena História de uma Bixinha Qualquer – Márcio Januário e Henrique Drebes
  • Por que Não Ensinaram Bixas Pretas a Amar? – Juan Rodrigues
  • Sagrado Compor – Henrique Dantas e Marcelo Abreu
  • Solange Não Veio Hoje – Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter
  • Sucata Esperança – Rogério Luiz Oliveira e Filipe Gama
  • TAMBA: Sinfonia do Invisível – Genilson Nery
  • Todos os Olhos – Wayner Tristão

Competitiva Internacional

Longas

  • A Audiência / L’Audience (Canadá) – Émilie B. Guérette e Peggy Nkunga Ndona
  • Acromático / Achrome (Rússia/Alemanha/Israel) – Maria Ignatenko
  • Astracã 79 / Astrakan 79 (Portugal) – Catarina Mourão
  • Júlia Não se Case / Julia no te cases (Argentina) – Pablo Levy
  • Mátria / Matria (Espanha) – Álvaro Gago
  • O Espectro do Boko Haram / Le Spectre de Boko Haram (Camarões/França) – Cyrielle Raingou

Curtas

  • 48 Horas / 48 Hours (Irã) – Azadeh Moussavi
  • A Árvore Frutífera / The Fruit Tree (Bélgica) – Isabelle Tollenaere
  • A Passagem / The Passing (EUA) – Ivete Lucas e Patrick Bresnan
  • Aqueronte (Espanha) – Manuel Muñoz Rivas
  • Criando Praias Luminosas / Hacer Orillas Luminosas (Paraguai/Argentina) – Maira Ayala
  • De Volta / Back (Países Baixos) – Yazan Rabee
  • Dildotectônica / Dildotectónica (Portugal) – Tomás Paula Marques]
  • Nada Disso / Nada de Todo Esto (Argentina/Espanha/EUA) – Patricio Martínez e Francisco Cantón
  • Os Nadadores / Los Nadadores (Costa Rica) – Charlie López
  • Swan no Centro / Swan dans le Centre (França) – Iris Chassaigne
  • Tria (Itália) – Giulia Grandinetti
  • Yaa (Gana/França) – Amartei Armar