Programação
Foram dois anos muito difíceis para toda a sociedade. Particularmente, para nós, da cultura, vimos o trabalho diminuir e a receita praticamente acabar. Cultura é vida, se nutre dos encontros, de experiências presenciais. Por mais que alguns de nós tenhamos dado conta de uma parte do recado pelo mundo virtual, a maioria dos trabalhadores e empresas ligadas à cultura ficou à míngua.
De toda sorte, mesmo um tanto sem norte, nós começamos a ver filmes para a edição de número 17 do Panorama já em março. Foram mais de mil, como de costume. Logo tivemos a confirmação do apoio financeiro do Governo da Bahia, através do Fundo de Cultura, da Sefaz – Bahia e da Secult-BA, que são nossos parceiros desde 2009 para uma edição on-line.
Com o avanço da vacinação e os números da pandemia cada vez mais baixos, o coração bateu mais forte e o desejo de realizar uma edição presencial cresceu. Graças ao apoio do Instituto Flávia Abubakir, nós poderemos não apenas ver os filmes no Cine Metha – Glauber Rocha, como poderemos conversar com cerca de 50 diretores baianos e de outros estados.
As competitivas baiana e nacional serão exibidas tanto de maneira presencial quanto on-line. Já a competitiva internacional e o Panorama Convida, experiência de sucesso iniciada na edição passada e que relembra a história do festival, terão exibição apenas através do site. As mostras especiais, que este ano homenageiam John Carpenter, cineasta estadunidense, e Alain Gomis, cineasta franco-senegalês, serão exibidas somente no Cine Metha – Glauber Rocha. Em ambos os formatos (presencial e on-line), as sessões terão o valor de R$5,00. Nas sessões presenciais, estudantes de escolas públicas terão gratuidade.
Vamos começar o Panorama com “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, filme emblemático de Glauber Rocha, em cópia lindamente restaurada. No mesmo dia, teremos a primeira sessão competitiva, com exibição de “Edna”, de Eryk Rocha, cineasta que vem desenhando uma das mais sólidas carreiras do cinema brasileiro, além dos curtas “Como Respirar Fora D’água”, de Júlia Fávero e Victoria Negreiros, e “Eu Espero o Dia da Nossa Independência”, de Brunna Laboissiére e Bruna Carvalho Almeida.
No encerramento, vamos celebrar “Samba Riachão”, de Jorge Alfredo. Filme baiano marcante, que foi vencedor do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro vinte anos atrás e que celebra vida e obra do sambista Clementino Rodrigues, Riachão, que esse ano completaria 100 anos. E teremos “O Pai da Rita”, deliciosa comédia de Joel Zito Araújo.
Vai ser um Panorama incrível, embora menor do que de costume. Menos salas, menos shows, quantidade menor de pessoas. Pois, ainda estamos vivenciando a pandemia. Esperamos que em seus derradeiros momentos.
Com responsabilidade e alegria, nós vamos nos ver. Vamos celebrar ao máximo a “experiência cinema” através do que há de melhor no cinema baiano, brasileiro e mundial.
Um belo e esperançoso Panorama para todos!
Cláudio Marques e Marília Hughes
#CULTURA QUE MOVIMENTA
Incentivar a realização de atividades culturais consolidadas que tenham regularidade, garantir a estabilidade e a formação de um calendário cultural que contemple diversas áreas artísticas, além de inserir e manter a Bahia nos circuitos culturais nacionais e internacionais.
São esses os objetivos do edital de Eventos Culturais Calendarizados, em que o Panorama Internacional Coisa de Cinema está inserido.
Em 2007 a Secretaria de Cultura, através do Fundo de Cultura da Bahia, passou a apoiar o Panorama possibilitando a ampliação do acesso do público aos filmes e tornando mais ativa à ocupação dos cinemas de rua, contribuindo com a dinamização do Centro Histórico da Capital e do Recôncavo. Além de movimentar a produção audiovisual com as mostras e premiações.
O cinema é uma poderosa ferramenta, com infinitas potencialidades e possibilidades, que percorre os mais diversos aspectos: históricos, políticos, econômicos dentre outros e proporciona uma visão ampliada do poder social que a Cultura possui.
O Panorama Internacional Coisa de Cinema, chega aos seus 17 anos se reinventando, resistindo e reforçando seu posicionamento como um dos principais pólos de difusão do audiovisual da Bahia e do Brasil.
Viva o cinema, viva a sétima arte! Viva a Cultura!
Arany Santana
Secretária de Cultura do Estado da Bahia
Cinema como força cultural
O Instituto Flavia Abubakir nasceu do desejo do casal Frank e Flavia de dar corpo e ferramentas às suas ações no campo da responsabilidade social. Dignidade e valorização do ser humano são indispensáveis para todos numa sociedade – e a cultura, a produção e a fruição da arte, é essencial na construção de identidade e os laços da comunidade com a arte e a expressão. É com grande prazer que estamos apoiando o Panorama Internacional Coisa de Cinema, referência do calendário cultural de Salvador e do audiovisual brasileiro.
Ao oferecer um painel de produções novas e clássicas, ao possibilitar o acesso à obra de cineastas, praticando preços populares, o Panorama trata de amplificar ideias, vozes e pensamentos no espírito do debate saudável e produtivo. E, especialmente nesse momento tão singular do país e do mundo, em que a pandemia trouxe enormes dificuldades a todos – e a cadeia de produção cultural está entre os setores mais prejudicados -, é importantíssimo voltar a desfrutar da comunhão que uma atividade como o cinema proporciona. O Instituto estará presente sempre que puder ajudar a pavimentar ações de suporte social e de aprimoramento de nossa contribuição ao bem do próximo – indivíduos, famílias, grupos.
Se essa pandemia nos ensinou uma lição de amor, é a de que devemos nos perguntar qual é a contribuição possível de cada um ao seu entorno, algo que traga alegria, força e dignidade a todos. “O cinema tem o poder de desfazer a solidão, mesmo se você está só”, disse Tom Hanks. Não estamos sozinhos.
Instituto Flavia Abubakir