





Vinte edições nessa noite
O Panorama já nasceu ambicioso. Foram três salas logo no primeiro ano, 33 filmes (películas) e diversas sessões lotadas. Mais de seis mil pessoas, no total. Lembramos das pessoas sentando no chão da Sala Walter da Silveira.
O festival permaneceu praticamente sem recursos até sua quinta edição, quando passou a ser patrocinado pelo Governo do Estado da Bahia, que vem sendo o mais longevo parceiro desde então. Nos últimos dois anos, passamos a contar, também, com patrocínio da Prefeitura Municipal.
Da parte privada, o Instituto Flávia Abubakir é parceiro e patrocinador do Panorama desde 2021. Os empresários e curadores, Flávia e Frank Abubakir, que realizam um trabalho notável ao cuidar da memória da Bahia, têm sido importantes demais no que diz respeito ao fortalecimento do festival.
Em oito dias de evento, em 2025, serão mais de 120 filmes, entre longas e curtas. Filmes baianos, de diversas parte do Brasil e do mundo compõe uma programação diversa e das mais interessantes. Vale destacar que além das tradicionais sessões competitivas (baiana, nacional e internacional) teremos uma mostra de filmes restaurados. Entre outros, vale ressaltar dois clássicos dos anos 70: Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues, diretor fundamental para pensar nosso cinema e que nos deixou há pouco. Vamos exibir, ainda, Iracema, Uma transa Amazônica, de Jorge Bodansky e Orlando Sena. Bodansky estará em Salvador ao lado da incrível Edna dos Santos Cereja, atriz de um longa que marcou a nossa cinematografia.
Nesse edição do Panorama, haverá o I Seminário dedicado à Exibição com a presença de mais de 30 exibidores de todos os cantos do país. Gente do interior do Paraná, do Rio Grande do Norte, Tocantins, Amapá, Alagoas, Pernambuco… exibidores pequenos e médios, que representam cerca de 400 salas de cinema. Sabemos que a grande preocupação, hoje, da maioria dos diretores e produtores, está na regulamentação do VOD. E que são os exibidores que continuam a lutar para que a máxima experiência cinematográfica, dentro de uma sala de exibição, continue a acontecer. Pois, temos que lutar todos juntos pelas salas de cinema.
É importante dizer que o cinema brasileiro produz cerca de 500 longas por ano, mas poucas pessoas assistem a esses filmes. Salvos raros e ocasionais sucessos, a produção brasileira não alcança nem 3% dos ingressos vendidos nas salas de cinema. Não se preocupar com a ocupação do nosso próprio mercado pode levar ao fim da produção nacional. Mais uma vez.
É preciso cuidar da exibição, criar uma política pública voltada para esse setor que é composto majoritariamente por pequenas e médias empresas nacionais. Por isso, estamos criando esse Seminário dedicado a aproximar exibidores de gestores e distribuidoras.
Temos que criara novas idéias e logísticas. É preciso que Lula, Jerônimo e Bruno Reis, ao lado de seus ministros e secretários, sejam vistos entrando em salas de cinema para apreciar estréias brasileiras e baianas. É preciso mostrar à população a importância de assistirmos aos filmes nacionais. Cinema é arte e diversão, mas também indústria, emprego e renda.
Queremos muito mais que um Oscar. Queremos as salas de cinema cheias o ano todo.
Queremos que o filme nacional encontre o seu público.
O Panorama Internacional Coisa de Cinema em sua luta, desde sempre, pelo cinema nacional nas salas de cinema!
Um lindo Panorama para todos!
Cláudio Marques e Marília Hughes Guerreiro