“O cinema brasileiro não morrerá tão cedo”, diz filha de Glauber Rocha
16/03/2024
Portal Massa!
por Artur Soares
Glauber Rocha foi um dos nomes mais importantes da história do cinema baiano. Em comemoração ao dia de nascimento do diretor, o festival Panorama Internacional Coisa de Cinema decidiu prestar uma homenagem mais que especial. Em uma das salas do Cine Glauber Rocha foi transmitido, nesta quinta-feira (14), Barravento, o primeiro longa produzido pelo cineasta.
“É um filme extremamente revolucionário. Fala sobre a questão do racismo de maneira muito objetiva”, detalhou Paloma Rocha, uma das filhas de Glauber, em entrevista ao Portal MASSA!.
Paloma foi uma das convidadas para a ocasião e celebrou a importância da homenagem ao seu pai. “É um sentimento de prosperidade. Eu tenho que o cinema brasileiro não vai morrer tão cedo, apesar de tantas dificuldades que a gente passa”, completou.
Ao ser questionada sobre como Glauber avaliaria a produção audiovisual atual, ela afirmou que, naquela época, o cinema era feito de uma forma diferente. “O mundo de hoje não tem nada a ver com ele, são outras preocupações. O cinema hoje em dia está servindo a uma série de coisas, ao mercado, as exigências, as questões políticas. A obra mesmo chega por último”, contou.
Sendo atualmente a grande responsável pela preservação e digitalização das obras de Glauber Rocha, Paloma aproveitou para exaltar a eficiência dos profissionais brasileiros. “É um prazer enorme poder contar com profissionais de tanta qualidade técnica. Sair desse processo colonialista de achar que tudo precisa fazer lá fora”, pontuou.
Ela também argumenta que, apesar do que alguns possam pensar, ela não sente nenhuma pressão por ser filha de quem é. “Eu não tenho problema em ser filha do Glauber, até porque isso foi resolvido dentro do próprio contexto da minha história”, afirmou.