Festival faz homenagem ao cineasta baiano Geraldo Sarno

21/10/2022

Mostra XVIII Panorama Internacional Coisa de Cinema exibirá quatro filmes de Sarno no Cine Metha Glauber Rocha

O XVIII Panorama Internacional Coisa de Cinema fará uma homenagem ao cineasta baiano Geraldo Sarno, exibindo suas produções entre os dias 3 e 9 de novembro no Cine Metha Glauber Rocha, em Salvador. Geraldo faleceu no dia 22 de fevereiro deste ano, aos 83 anos, em decorrência de complicações da Covid-19.

A mostra reúne quatro filmes do cineasta. Um dos destaques é “Sertânia”, último trabalho do diretor, lançado em 2020. O longa-metragem acompanha o fim de vida de Antão, um jagunço que foi ferido pelo seu próprio bando. Através de projeções da mente do personagem, a narrativa rememora acontecimentos, medos e fracassos.

Contemplado nas categorias filme, direção, cinematografia e som do Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, o diretor também foi eleito como o melhor filme nacional de 2020 pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

Outra exibição será o curta-metragem “Viramundo”, primeiro trabalho de Geraldo e considerado um clássico do cinema. A obra apresenta a realidade de um sertanejo que vai para o sudeste em busca de trabalho. Com músicas de Caetano Veloso e interpretação de Gilberto Gil, o filme evidencia como São Paulo, para grande parte desses imigrantes, é um local de passagem, provisório e áspero.

Os longas “Iaô: A iniciação num Terreiro Gege Nagô” e “Coronel Delmiro Gouveia”, lançados na década de 1970, também serão exibidos.

Geraldo Sarno nasceu em no município de Poções, a 450 km de Salvador, no dia 6 de março de 1938. Construiu sua carreira como roteirista e diretor de cinema. O baiano ficou conhecido por abordar temas como o movimento migratório brasileiro (em especial o nordestino), as religiões e cultura populares.

Geraldo acumula 17 obras como diretor, sendo o próprio roteirista de três delas. Ele também roteirizou os filmes “Roda e Outras Histórias”, de 1965, e “Coronel Delmiro Gouveia”, de 1978.