No século passado, o tráfico de escravos introduziu no trabalho dos engenhos de açúcar, das minas e nos serviços domésticos, africanos de lingua Ioruba, originários da costa ocidental africana. Seus descendentes conservam até hoje tradições que sobreviveram a perseguições policiais e que resistiram à cultura branca das classes dominantes. O filme documenta o processo de iniciação ao culto dos orixás, poderosas entidades que regem os fenômenos cósmicos, sociais e individuais. A iniciação tem por finalidade transformar as abians em iaôs, isto é, sacerdotisas dos orixás. Realizado em 1976, na Bahia, em um terreiro que conserva as tradições da nação gege-nagô, o filme ressalta o papel de integração e de resistência cultural que este culto exerce em uma comunidade à margem do processo econômico e social de modernização da sociedade brasileira.